Objetivo:
O tema da Serenidade pode ser compreendido, em Mestre Eckhart, como um deixar ser a nossa experiência de simplesmente sermos o que já somos. Porque isto de deixar ser o que já somos é que é a liberdade. Trata-se de uma perspectiva ao revés, pela qual não buscamos alcançar a liberdade além de nós, porque este mais além é algo ao qual já temos alcançado. Portanto, na busca pela Serenidade, não há um caminho de acesso. Se existe um caminho, este é da mais profunda intimidade – um caminho que é um em si, isto é, que encontra seu sentido e possibilidade quando deixamos ser a contingência e incompletude que nós mesmos somos. Este deixar ser é, para nós, a compreensão, desde dentro da nossa própria existência, que nosso ser já é sempre um por fazer-se, não se confundindo com nada de substancial.
A esta experiência da Serenidade, Eckhart chamou várias vezes, ao longo de todos os seus sermões, de justiça, nobreza, humildade, solidão e pobreza.
Nosso objetivo é o de tentar compreender, a partir destas imagens, o entendimento eckhartiano do que é o ser humano em sua existência.
Referências Bibliográficas:
ECKHART. Mestre. Sermões alemães. Petrópolis: Vozes, 2006. v.1.
ECKHART. Mestre. Sermões alemães. Petrópolis: Vozes, 2008. v.2.
HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Tradução de Maria Madalena Andrade e Olga Santos. Lisboa: Instituto Piaget.